Dentre os combustíveis e gratas surpresas para a volta do Afroliterária como um canal difusor da produção de narrativas negras no Brasil está os incríveis livros lançados nesse período de hiato. Para não deixar de prestigiá-los, trazemos a recomendação dos nossos dez livros favoritos lançados no ano passado. Confira abaixo:
Macabéa: Flor de Mulungu, de Conceição Evaristo
Neste livro, a premiada e incontornável voz da literatura brasileira contemporânea Conceição Evaristo revisita e dá novos contornos à Macabéa, em um manifesto literário que coloca a escrita como uma forma de fazer vingar a vida. O olhar de Conceição Evaristo para esta personagem é realista e evoca a ancestralidade de Macabéa.
Adulta, de Tiffany D. Jackson
Quando Enchanted conhece Korey Fields, um poderoso produtor e cantor, ela tem a chance de realizar seu sonho de se tornar uma cantora internacionalmente famosa. Mas logo seus sonhos se tornam pesadelos. Por trás do charme e do carisma, Korey escondia um lado sombrio, controlador e temível. Agora ele está morto, a polícia bate à porta, e todas as pistas apontam para Enchanted.
Por que você não acredita em mim, de Winnie Bueno
Nesse livro potente, que é ao mesmo tempo um desabafo, um grito por mudança e um abraço em uma população que há séculos têm seus corpos e mentes atravessados por violências em todas as esferas da vida, Winnie Bueno expõe como pessoas negras em geral, e especialmente mulheres negras, são descredibilizadas em todas as esferas.
O escravo, de Carolina Maria de Jesus
Neste romance inédito, escrito na década de 1950, Carolina Maria de Jesus apresenta uma história de amor e desilusão entre dois jovens de classes sociais distintas. O texto é resgatado e estabelecido diretamente do manuscrito original, conservando o projeto literário e estético da autora, e acompanha prefácio de Denise Carrascosa e posfácio de Fernanda Silva e Sousa.
A herança dos bem-aventurados, de Ayọ̀bámi Adébáyọ̀˙
Ẹniọlá e Wúràọlá vivem em mundos diferentes até que os caminhos deles se entrelaçam ― apesar de suas vidas já estarem conectadas. Nesse livro, Ayọ̀bámi Adébáyọ̀ ilumina a Nigéria como o palco de uma narrativa sobre a divisão entre os miseráveis e os abastados, e a humanidade compartilhada que vive no meio.
Colhendo flores sob incêndios: Os diários de Alice Walker
Aos dezoito anos, Alice Walker começou a registrar ideias, percepções e sentimentos em diários e nunca mais parou. De lá para cá, seus escritos pessoais somam mais de 65 volumes, o resultado é esse livro: um registro apaixonado, íntimo e poético da construção de uma artista única e irretocável.
Não trocaria minha jornada por nada, de Maya Angelou
Nos breves ensaios aqui reunidos, Maya Angelou aborda com sensibilidade uma diversidade de assuntos. O resultado é esta obra repleta de ensinamentos que nos envolve em uma conversa íntima e nos motiva a nos reconectarmos com nossa essência, desenvolvermos um senso de coletividade e mantermos a mente e o coração abertos ao navegar pela vida.
Vozes Negras: A Arte e o Ofício da Escrita
Nesse testemunho da vitalidade e da continuidade das vozes negras na literatura, conhecemos o mundo de catorze autoras negras que ajudaram a moldar a literatura contemporânea. Poderoso e inspirador, o livro é um convite para mergulharmos na riqueza da literatura negra, celebrando a criatividade, a sabedoria e a imortalidade literárias dessas autoras.
Paraíso, de Abdulrazak Gurnah
Com uma prosa magistral que une o melhor da ficção histórica a referências que vão de mitos populares ao Corão, o Nobel de Literatura, Abdulrazak Gurnah, descreve o amadurecimento de um menino na África Oriental nos anos anteriores à Primeira Guerra Mundial.
Ventos do Apocalipse, de Paulina Chiziane
Uma história de dois povos em fogo cruzado ― impotentes e perdidos, sem saber quem os defende e quem os ataca. No livro, a autora narra as vinte e uma noites de pesadelo e de tormentos do êxodo dos sobreviventes de uma guerra sangrenta, vistos agora sob a ótica de uma nova e inadiável liberdade.
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