5 grandes escritoras negras de fantasia e ficção científica que você precisa ler

Escrito por
Lorrane Fortunato
Tomi Adeyemi: autoras negras de fantasia e ficção científica.

Quantas histórias de fantasia e ficção científica escritas por mulheres você já leu? E escritas por mulheres negras? Provavelmente poucas. E a culpa nem é totalmente sua. Uma pesquisa de 2013, baseada em submissões de contos à Tor Magazine, uma das principais revistas de ficção especulativa do mundo, mostrou que apenas um terço das histórias enviadas eram escritas por mulheres. E quando colocamos o recorte racial, o problema se intensifica: no relatório #BlackSpecFic, feito pela Fireside Magazine em 2017, apenas 4,7% publicados nas principais revistas de ficção especulativa dos autores eram negros (em 2015, era menos que a metade disso).

Fazendo uma simples equação, mulheres negras representariam menos de 2% dos escritores publicados. E quando falamos das produções com grandes estruturas por trás e muito mais visibilidade e mídia do mercado formal — sendo a fôrma, a de um homem branco — o cenário tende a ser ainda mais seletivo, preconceituoso e distante para mulheres negras.

O que autoras negras podem fazer, então, para conquistar seu espaço? O que já estão fazendo: mostrando a imensa qualidade que elas tem frente ao racismo e machismo do mercado. Por isso, nesta lista falaremos de grandes autoras negras de fantasia e ficção especulativa que já estão na história da literatura.

N.K. Jemisin

Ela foi a primeira pessoa negra a ganhar o Hugo Awards na categoria principal e a única pessoa no planeta a ganhar o prêmio por três anos seguidos! É autora da trilogia “A terra partida”, composta pelos livros “A quinta estação“, “O portão do obelisco” e “O céu de pedra” publicados no Brasil pela editora Morro Branco. Suas obras falam sobre justiça social, preconceito, violência e comportamento humano.

Nnedi Okorafor

Nnedi escreve fantasia e ficção científica inspirada nas raízes de cultura africana. Seu livro “Quem Teme a Morte“, publicada no Brasil pela Geração Editorial, ganhou o World Fantasy Award de melhor romance e foi indicado ao Prêmio Nebula em 2010.

Bruxa Akata“, publicado no Brasil pela Galera Record, foi indicado ao Andre Norton Award. E a obra mais aclamada da autora, a novela “Binti“, ainda não publicada no Brasil, ganhou o Prêmio Nebula e Prêmio Hugo de 2016 e foi finalista do British Science Fiction Association Award.

Lu Ain-Zaila

Lu Ain-Zaila é a maior voz feminina do afrofuturismo brasileiro. Uma escritora carioca, que chamou a atenção pela duologia “Brasil 2408”, compostas pelos livros “(In)Verdades” e “(R)Evolução“. Esta é a primeira série futurista com uma protagonista negra na literatura nacional. A autora também lançou a antologia “Sankofia: breves histórias afrofuturistas” e, o romance mais recente, “Ìségún“, lançado em 2019 pela Monomito Editorial.

Octavia E. Butler

Conhecida como “a grande dama da ficção científica”, Octavia E. Butler é uma das mais aclamadas autoras do gênero, além de ser um forte nome do afrofuturismo.

É autora de “Kindred”, “A parábola do semeador” e “Despertar”, publicados no Brasil pela editora Morro Branco. Ao longo de sua carreira, recebeu prêmios como O Hugo, o Nebula e o Locus. Butler precisou lutar contra a dislexia, o racismo e o machismo e se tornou primeira mulher negra de sucesso nesse gênero literário. A autora faleceu em fevereiro de 2006.

Leia a nossa resenha de “Kindred”.

Tomi Adeyemi

Revelação dos últimos anos, Tomi Adeyemi é autora da trilogia de fantasia baseada na cultura iorubá “O legado de Orïsha”, que está sendo adaptado para o cinema pela LucasFilm. O primeiro livro, “Filhos de sangue e osso“, publicado no Brasil pela editora Rocco, foi finalista do Prêmio Nebula de 2018 e ganhou o The Andre Norton Award.

O livro também ficou 50 semanas na lista de bestsellers do New York Times e foi eleito um dos melhores livros de 2018 na categoria infanto-juvenil pelo Entertainment Weekly, Amazon, Time, Newsweek e Publishers Weekly.

Leia nossa resenha de “Filhos de sangue e osso”.


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